25 de novembro de 2013

Bichos, cores e outros amores

O espetáculo leva música de qualidade em um ambiente lúdico e de pura imaginação para as crianças




A Sarará Criolo não é só música e diversão. Apoiamos várias causas sociais e procuramos levar nossos conhecimentos a todos. Um exemplo é o projeto Música Criança, do qual Ale Donioli, guitarrista, faz parte. Ale entrou na dança no começo de 2012, assim que chegou em Londrina e iniciou a faculdade de Música. Ingressou porque não queria só estudar, queria também tocar em algo que fizesse a diferença.

Quando chegou à cidade Ale já tocava violão e guitarra, mas para o projeto teve que aprender a tocar viola caipira. Este instrumento ele adquiriu para a peça Quem conta um conto aumenta um ponto, seu primeiro trabalho em Londrina.

O CD do projeto, Bichos, cores e outros amores, foi lançado em julho desse ano durante o 33º Festival de Música de Londrina (FML). Com início em 2009, o espetáculo faz parte do Música Criança projeto de ensino e extensão da UEL e é coordenado pela professora Helena Loureiro, com direção musical de Mário Loureiro e direção cênica de Silvio Ribeiro.

O musical traz canções de Mário Loureiro sobre poemas de Carlos Francovig. Ao todo são 11 músicas apresentadas e encenadas por 15 músicos, que sobem ao palco com figurinos caracterizados, instrumentos e diversos objetos, levando as crianças a um mundo lúdico e encantado, onde a imaginação rola solta. A apresentação passou por vários locais e já atingiu cerca de sete mil crianças, em sua maioria de escolas públicas.

O projeto é trabalhado de forma livre e espontânea, os arranjos são criados de forma coletiva pelos participantes durante os ensaios e cada músico escolheu o personagem que gostaria de fazer. E por lhe dar com crianças a proposta tem tudo a ver com o curso que é de licenciatura. Além disso, Bichos, cores e outros amores, contou com a parceria e ajuda de vários outros cursos da universidade, como por exemplo Jornalismo, Artes Cênicas e Moda.

O espetáculo tem uma veia social e procura atingir principalmente as crianças de baixa renda. O trabalho mostra que música para criança não precisa ser simplória, pode ter riqueza de harmonia e composição mesmo sendo simples. Criança entende a complexidade das harmonias, por isso durante a apresentação é proporcionado contato com músicas mais sofisticadas, que são modernas e contemporâneas, e ao mesmo tempo tratam de temas infantis. Normalmente esse tipo de música é direcionada a um público adulto, mas nesse caso é fal­ado a linguagem das crianças em músicas sofisticadas.

Ale diz que o projeto é uma realização pessoal e profissional, pois é importante trabalhar com propostas sociais relevantes, além de adorar trabalhar com crianças. Além disso, o projeto lhe deu a oportunidade de aprender a tocar viola caipira, um instrumento que sempre teve vontade de estudar.

O guitarrista explica que a música deve ser apresentada aos pequenos em sua essência, ou seja, como música em si e não como complemento de outra coisa. Afinal, música é algo muito subjetivo, e não é para ser entendida é para ser sentida, vivida. E é isso que o projeto procura levar aos palcos, uma experiência musical significativa. 


Gabriela Baptistotti